Investimento em tecnologia moderniza o modo de fazer projetos de obras da Prefeitura de Araucária

Foto: Projeto Sec. Plan. de Araucária

 

 

Desde o ano passado, a Prefeitura de Araucária, por meio da Secretaria de Planejamento (SMPL), está estruturando seu modo de fazer projetos de obras por meio da plataforma BIM (Building Information Modelling, em inglês, ou Modelagem da Informação da Construção, em português). A plataforma, que tem uso indicado pelo Governo Federal para obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal (conforme decreto federal nº 10.306/2020), tem como principal vantagem a possibilidade de ‘cruzamento’ dos diferentes projetos que envolvem uma obra. Com a compatibilização desses projetos é possível a melhor compreensão da obra no todo e também reduzir o risco de equívoco [detectando já no projeto] que, em outros tempos, poderia ser descoberto apenas com a obra já em execução, gerando custos extras para correção e atraso no serviço.

De acordo com informações da SMPL, a plataforma BIM é uma “mudança de cultura” porque muda a maneira de projetar as obras. Antes, cada projeto era analisado individualmente e com representações gráficas simplificadas, tornando difícil a compatibilização. Com a plataforma BIM, é possível conferir detalhes do projeto em 3D e em tempo real. Do projeto hidráulico, é possível verificar com detalhes, por exemplo, onde está prevista a tubulação e a saída de água; no projeto estrutural, as vigas, pilares e a fundação da obra; no projeto elétrico, o cabeamento e tomadas. A plataforma une todas essas informações em uma única projeção visual cheia de detalhes.

AVANÇOS

“A tecnologia BIM veio para facilitar e agilizar o trabalho de nós projetistas. Nossos projetos na Secretaria de Planejamento amadureceram muito nos últimos anos, com um nível de detalhe jamais visto nas obras do município. E o uso dessa metodologia vem ao encontro com os objetivos da equipe de produzir projetos com qualidade e agilidade. No meu processo de projetar, facilitou muito principalmente no momento de ajustar o projeto e fazer as compatibilizações, pois antes os ajustes eram feitos em 2D, em cada peça técnica, era um trabalho bem manual. Com esse sistema novo, um ajuste feito em ‘planta baixa’, por exemplo, é alterado automaticamente em todas as peças correspondentes. Como consequência, temos maior confiabilidade e precisão em todo o projeto”, explica a arquiteta e urbanista Ane Born, servidora de carreira há 10 anos na Prefeitura.

Com uma quantidade maior de informações sobre a obra, outra vantagem da plataforma BIM é que é possível ter previsão de orçamento da obra, cada vez mais, com maior precisão e confiabilidade, o que gera melhor planejamento sobre recursos públicos. Alguns projetos de estruturas da Prefeitura já estão sendo desenvolvidos com a plataforma BIM. O projeto da nova escola Escola Municipal Professora Egipciana Swain Paraná Carrano é um exemplo. Gradativamente, o volume de projetos com uso dessa plataforma irá aumentar. Servidores da SMPL passaram por capacitação para utilizar a tecnologia. Além disso, há no quadro da equipe da secretaria servidores que se especializaram no gerenciamento dessa metodologia.

RETORNO

Investir em tecnologia pode não ser algo barato (visto de maneira isolada), mas, além de necessária, a modernização pode resultar em economia de tempo e dinheiro público. Ter que corrigir um projeto com a obra em andamento pode sair caro e ainda atrasar a obra. A possibilidade de usar a tecnologia para corrigir um erro já na fase de elaboração de projeto evita esse tipo de transtorno.

Dentro do planejamento de melhorias da SMPL para a realização de projetos, em 2018, a Prefeitura adquiriu 10 estações de trabalho (R$ 12 mil cada), que são equipamentos de informática com melhor desempenho para o serviço necessário na secretaria. Além disso, 10 licenças de pacotes de softwares (R$ 21 mil cada), voltados para arquitetura e engenharia, também foram adquiridos. Agora, em 2021, houve a renovação de 04 dessas licenças do pacote de softwares (a R$ 29 mil cada). Fora da Prefeitura, para compra particular, o valor de cada um desses pacotes é superior a R$ 40 mil.