Crescem apelos na Índia por lockdown nacional

MANESAR, INDIA - APRIL 28: Family members of Covid-19 patients waiting to refill empty oxygen cylinders outside a filling center on April 28, 2021 in Manesar, India. India, in the last 24 hours, recorded 3,60,960 fresh Covid-19 cases and 3,293 deaths, which is the highest in the country so far. With today’s numbers, the total number of coronavirus cases rose to 1,79,97,267 and the number of fatalities reached 2,01,187. At present, there are 29,78,709 active cases in India and as many as 1,48,17,371 people have recovered. As Covid-19 cases continued to surge in India people are struggling to get hospital beds, ventilators, oxygen cylinders, injections and medicines with the health infrastructure in the state almost stretched to its limit. (Photo by Vipin Kumar/Hindustan Times/Sipa USA)No Use Germany.

 

As infecções e mortes por covid-19 na Índia ficaram próximas das altas diárias recordes nesta segunda-feira (10), aumentando os apelos para que o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, adote lockdown no segundo país mais populoso do mundo.

As 366.161 infecções novas e as 3.754 mortes relatadas pelo Ministério da Saúde ficaram um pouco abaixo de picos recentes, o que elevou os números da Índia para 22,66 milhões de casos e 246.116 mortes no momento em que os hospitais ficam sem oxigênio e leitos e os necrotérios e crematórios superlotam.

Especialistas dizem que as cifras reais da Índia podem ser muito maiores do que as relatadas.

O 1,47 milhão de exames de covid-19 feitos nesse domingo (9) representaram o menor número deste mês até agora, mostraram dados do Conselho Indiano de Pesquisa Médica estatal – a média diária dos primeiros oito dias de maio foi de 1,7 milhão.

O número de exames positivos não ficou clara de imediato.

Muitos estados impuseram lockdowns rígidos nos últimos meses, e outros adotaram restrições à circulação e fecharam cinemas, restaurantes, pubs e shopping centers.

Mas é cada vez maior a pressão para Modi anunciar um lockdown de âmbito nacional, como ele fez durante a primeira onda de infecções no ano passado.

O primeiro-ministro enfrenta críticas por ter permitido enormes aglomerações em um festival religioso e por realizar grandes comícios eleitorais durante os dois últimos meses, apesar da disparada de casos.

“Um erro de governança de proporções épicas e históricas”, disse Vipin Narang, professor de ciência política do Instituto de Tecnologia de Massachusetts dos Estados Unidos, no Twitter.

Sonia Gandhi, chefe do principal partido de oposição Congresso, culpou o governo por abdicar de sua responsabilidade, deixando as vacinações a cargo dos estados, informou a ANI, parceira da Reuters, no Twitter.

O Ministério da Saúde disse que a cidade está ficando sem vacinas, tendo só de três a quatro dias de suprimentos do imunizante da AstraZeneca, fabricado pelo Instituto Serum, da Índia, e batizado de Covishield, noticiou o canal de notícias NDTV.

Até hoje, a maior nação produtora de vacinas do mundo só havia imunizado 34,8 milhões de habitantes, ou cerca de 2,5% de sua população de aproximadamente 1,35 bilhão, mostram dados do governo.