Acidentes com motos e quedas lideram internações no Trauma do HB

Acidentes com motos são os mais graves que chegam ao HB. O motoboy Carlos Alberto, 33 anos, foi atendido na Sala Amarela e já teve alta | Foto: Thays Rosário/Iges-DF

 

Em 2020, em plena pandemia, 9,4 mil pessoas foram atendidas na unidade do Hospital de Base que é referência no país

 

As quedas e os acidentes envolvendo motocicletas foram as principais causas de internações na Sala Amarela da Unidade de Trauma do Hospital de Base (HB) em 2020. Em pleno ano da pandemia do coronavírus, 9,4 mil pessoas foram atendidas na sala para casos de média complexidade. O balanço foi divulgado pelo Serviço de Medicina do Trauma do HB, unidade administrada pelo Instituto de Gestão de Estratégica de Saúde (Iges-DF) e referência nacional nessa área.

Os registros mostram que, do total dos acidentados atendidos, mais de 2 mil haviam sofrido quedas de lugares altos como escadas e obras. Outras 1,5 mil internações foram de pessoas que sofreram “quedas da própria altura”, causadas por episódios como desequilíbrio, desmaio ou ataque epilético. Já os casos de pacientes internados por causa de acidentes de trânsito com motocicleta tiveram um índice menor que esses e somaram 1,2 mil.

Em 2020, a média foi de 812 atendimentos a cada mês na Sala Amarela, números que, no período de março a maio, foram reduzidos: cerca de 600 internações. A média mais baixa foi registrada justamente nos três primeiros meses da pandemia do coronavírus, quando se registrou a maior taxa de isolamento social da população do DF e do Entorno.

“Temos um time de trauma 24 horas, uma unidade de suporte avançado ao trauma e um banco de sangue 24 horas, além de realizarmos exames laboratoriais e de imagem 24 horas”Renato Lins, chefe do Serviço de Medicina do Trauma do HB

“O que dá para tirar de lição é a importância da prevenção”, destaca o médico Renato Diniz Lins, chefe do Serviço de Medicina do Trauma do HB. “Quanto menos pessoas desconcentradas ou alcoolizadas circulam nas ruas, menos acidentes de trânsito são registrados, sendo que os motociclistas são os perfis mais envolvidos em acidentes graves.”

Renato Lins ressalta que, embora as restrições de circulação de pessoas impostas pela pandemia sejam temporárias, as estatísticas da Unidade de Trauma do HB podem servir para reforçar a recomendação de que a prevenção ainda é o melhor remédio. “Agindo de forma preventiva, é possível diminuir os casos de acidentes que geram traumas, por vezes irreversíveis”, ensina. “Temos que ter a consciência de voltar às ruas de maneira segura.”

Estrutura que salva

Muitas vítimas desses tipos de acidentes contam com a estrutura da Unidade de Trauma do HB para que, mesmo em tempos de pandemia, consigam atendimento rápido e eficiente. Foi o caso do motoboy Carlos Alberto de Souza, de 33 anos, que mora em Luziânia e faz entrega por aplicativo em Brasília.

Na semana passada, ao fazer mais uma entrega, Carlos sofreu um acidente de trânsito na W3 Sul. Fraturou uma costela e lesionou o baço. Socorrido, recebeu atendimento no Hospital de Base, onde o tratamento foi preciso e não consumiu muito tempo. Na terça-feira (23), Carlos já estava de alta. “Eu tinha grandes chances de precisar de cirurgia, mas, como recebi o tratamento adequado e de forma rápida, não foi necessário”, comemora.

O médico Renato Lins reforça que Carlos Alberto não precisou fazer cirurgias porque o Trauma do Hospital de Base tem equipamentos e profissionais qualificados para prestar o atendimento exigido para cada paciente. “Temos um time de trauma 24 horas, uma unidade de suporte avançado ao trauma e um banco de sangue 24 horas, além de realizarmos exames laboratoriais e de imagem 24 horas”, destaca. “Estamos prontos para essas emergências.”

 

*Com informações do Iges-DF