Avaliação no Supremo é de que a tese da suspeição dos dois desembargadores não encontraria guarida na Corte
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, aceitou, nesta sexta-feira (5), a desistência da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre dois habeas corpus que apontavam a suspeição dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) João Pedro Gebran Neto e Carlos Eduardo Thompson Flores, pelo caso do sítio de Atibaia.
O motivo oficial da defesa do ex-presidente é que a maior parte dos temas já foi discutida em outros julgamentos. Mas, nos bastidores, se aponta que a ideia é evitar que o processo de suspeição dos desembargadores do TRF-4 contamine o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso do tríplex de Lula.
A avaliação no Supremo é de que a tese da suspeição dos dois desembargadores – fundamentada basicamente no fato de se relacionarem com Moro – não encontraria guarida na Corte, uma vez que o universo jurídico se relaciona entre si, segundo uma fonte próxima a ministros do STF.
A análise é diferente da tese da suspeição de Moro, baseada, segundo a defesa, em diversos elementos corroborados com os diálogos hackeados de grupos do Telegram da Lava Jato, e que apontariam uma relação muito próxima entre Moro e os procuradores, o que acabou por favorecer a condenação do petista.
O receio da defesa de Lula é que o STF, ao não ver suspeição na segunda instância que condenou Lula, acabe por prejudicar o julgamento da suspeição da primeira instância.(CNN)