Esse conceito é usado como estratégia de controle de doenças infecciosas, mas sua aplicação na Covid-19 é cercada de mistérios.
Por André Biernath
A ideia por trás
Também conhecida como imunidade coletiva, ela se vale de um cálculo utilizado por epidemiologistas e infectologistas para determinar a porcentagem de uma população que precisa receber as doses de uma vacina para que todos os indivíduos fiquem protegidos de um vírus ou bactéria — mesmo aqueles que não foram imunizados por algum motivo. Esse número varia bastante de acordo com as características da doença.
Principais fatores
E no caso da Covid-19?
Ao falarmos do atual coronavírus, a situação fica um pouco mais complicada. Isso porque não temos nenhuma vacina ou remédio disponível. Portanto, para alcançar uma eventual imunidade de rebanho nesse cenário, seria preciso pedir às pessoas que saiam de casa e se exponham ao vírus no dia a dia. A seguir, você confere quais seriam os riscos de uma recomendação como essa.
Um alto preço a pagar
Variações geográficas
Outra enorme dificuldade nessa aposta é a heterogeneidade dos números: a porcentagem de indivíduos que já foram infectados varia muito de uma cidade para outra dentro de um país tão grande como o Brasil.
Data de validade
Vírus mutante
O Sars-CoV-2 é estável e parece não sofrer mutações genéticas. Porém, não se pode descartar a hipótese de que ele passe por alterações que o deixem mais forte (ou o enfraqueçam). Com isso, o limiar de proteção se altera.
Fontes: Natália Pasternak, microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência; Otavio Ranzani, médico epidemiologista da Universidade de São Paulo e do Instituto de Saúde Global de Barcelona